RENDA FIXA: COMO FUNCIONA E O QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA INVESTIR

RENDA FIXA: COMO FUNCIONA E O QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA INVESTIR

O que é renda fixa, como funciona e o que você precisa saber para investir, informa todos os detalhes desse investimento que tem riscos mais baixos e boa rentabilidade, além de ser um dos produtos mais populares do Brasil.

Renda fixa é um tipo de investimento para quem preza pela segurança e é mais conservador. Ela já tem informações como prazo de carência, data de vencimento e taxas de rentabilidade definidas na hora da aplicação.

Esse é um dos motivos que fazem esse investimento ser um dos mais escolhidos no nosso país. Além de que, deixar seu dinheiro na Poupança não traz tanto retorno, quanto se trazia antigamente.

Descubra mais sobre como funciona esse mundo da renda fixa, e como você pode investir melhor seu dinheiro para alcançar seus sonhos.

Você vai aprender:

  1. O que é renda fixa?
  2. Quais são formas de investimento de renda fixa?
  3. Como funciona renda fixa?
  4. Quais são os tipos de investimento em renda fixa?
  5. Diferença entre renda fixa e variável
  6. Custos e taxas em investimentos de renda fixa

O que é renda fixa?

Renda fixa é uma aplicação em que você já conhece, antes de investir, detalhes da rentabilidade que esse investimento vai gerar, como prazos e taxas. Comprar um título desse tipo de renda significa que você está emprestando seu dinheiro ao banco, a uma empresa ou ao Tesouro Nacional, e recebe o dinheiro de volta com juros pelo período em que ele ficou emprestado.

O que faz com que a renda fixa seja tão segura é que ela não apresenta alguns riscos comuns ao mercado financeiro, porque elas só desvalorizam em certas situações, como modificações na taxa ou no indicador que o investimento está vinculado.

Outro fator que torna esse investimento mais seguro, é o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que é um órgão que protege seu dinheiro, caso aconteça algo com a instituição que você emprestou dinheiro, ou seja, o mesmo seguro da Poupança. O FGC assegura 250 mil reais por CPF e por instituição financeira, podendo chegar a 1 milhão se o seu dinheiro estiver em 4 instituições. Esse é um elemento que você deve sempre olhar antes de investir.

Quais são formas de investimento de renda fixa?

A rentabilidade da renda fixa segue regras diferentes, dependendo da categoria que está inserida. Vamos abordar as três principais do mercado financeiro abaixo:

  1. Renda fixa prefixada;
  2. Renda fixa pós-fixada;
  3. Renda fixa híbrida.

Renda fixa prefixada

Nessas aplicações, as taxas são conhecidas desde o início do lançamento, e por causa disso, você saberá quanto irá receber ao final da contratação.

Ex.: Tesouro Direto , CDB , Debêntures

Renda fixa pós-fixada

Nesse caso, o valor recebido está atrelado a algum indicador (por exemplo, taxa do CDI, Selic, IPCA), que sofrem influências da economia. 

Por esse motivo, ela pode aumentar ou diminuir, mudando quanto o investimento vai render. Apesar de ser menos fixo que a renda fixa prefixada, você terá uma estimativa de quanto vai receber.

Este CDI é uma exigência do BANCO CENTRAL, para que os bancos façam empréstimos entre eles e mantenha um equilíbrio saudável de seus recursos e reservas quando, em determinado dia, acontecer de, em um determinado banco, ocorrer mais saques do que depósitos. Esse empréstimo é de normalmente 1 dia. 

O CDI também serve como referência para outros produtos com CBD, LCI, LCA e outros.

Já a SELIC (sistema especial de liquidação e custódia) é a taxa de juros brasileira e é definida periodicamente (a cada 45 dias) pelo COPOM (comitê de política monetária). 

Ela serve como referência para o governo remunerar os investidores que tem títulos de dívida pública e regula todas as operações de crédito do País.

Ex.: Tesouro Selic, Tesouro IPCA, CDB, LCA, LCI.

Renda fixa híbrida

Nesse modelo, junta-se a renda fixa prefixada e pós-fixada em um investimento. Uma parte do investimento é feito com base em juros fixos, e a outra parte em indicadores podem variar no decorrer do tempo.

Ex.: Tesouro IPCA (indicador pós-fixado) + 3% ano (taxa prefixada).

Assim, é importante que você saiba que esses exemplos são meramente ilustrativos. Há vários tipos de CDBs, Tesouro, LCIs, LCAs etc. Confira todos os detalhes da aplicação que você irá fazer antes de investir.

Como funciona a renda fixa?

Como dito anteriormente, investir em uma renda fixa nada mais é do que fazer um empréstimo a uma instituição financeira, como banco, ao governo, financiar um projeto e atividades.

E há várias formas de se investir na renda fixa e diversos títulos, ou seja, você pode escolher o que for melhor para você. Além de que, você pode ter uma carteira variada com diversas modalidades.

Assim, você pode investir com bancos ou com corretoras. No primeiro, é necessário que você tenha um conta aberta, e a partir disso, fica disponível opções para investir no internet banking, no app ou você pode ir até sua agência bancária para aplicar seu dinheiro.

No segundo, você precisa abrir uma conta na Corretora, e logo após escolher o produto que você deseja investir, e fazer a transferência do dinheiro. Existem várias instituições desse tipo, que não possuem agências, mas é possível usar através do site ou do app.

Quais são os tipos de investimento em renda fixa?

Existem muitos tipos de ativos para se investir na renda fixa. Mas aqui vamos abordar os principais e mais conhecidos do mercado.

  • Títulos Públicos

Os Títulos Públicos são um dos investimentos mais seguros, pois o governo é que os emite, e é a mesma entidade que imprime o dinheiro do país. Ao aplicar dinheiro nesses títulos, você está emprestando dinheiro para o serviço público funcionar.

O Tesouro Direto é o programa do Governo Federal criado com a parceria da B3, empresa que administra a Bolsa de Valores de São Paulo. Há três tipos de aplicações disponíveis nele: prefixados (Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais), pós-fixados (Tesouro Selic) ou híbridos, vinculados à inflação (Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais). Faça uma simulação no SITE do Tesouro Direto.

Algumas taxas são cobradas como tarifa de custódia paga à B3 (pois eles organizam esse programa), taxa de administração de bancos ou corretoras, o que não é uma regra, pois hoje existem algumas instituições que têm taxa zero. Não possuem garantia do FGC, mas estão garantidos pelo próprio Governo Federal, o que torna de baixo risco.

  • Poupança

É usada por milhões de brasileiros, sendo por isso considerada a mais popular e é comumente usada como reserva de emergência. Não há taxas para aplicar, mas apresenta pontos negativos como a rentabilidade que só é creditada uma vez ao mês (na data que foi aplicada), além de ter baixo retorno financeiro, pois tem rendimento de 70% da SELIC,  não conseguindo alcançar nem o índice da inflação.

É assegurada pelo FGC, e a remuneração de seus investidores é a mesma em qualquer instituição financeira.

  • CDBs

Certificado de Depósito Bancário, ou como é mais conhecido, CDB, é quando você aplica seu dinheiro em um banco, e é junto com a poupança, um dos investimentos mais procurados e populares do Brasil. 

Ele tem o objetivo de melhorar sua estrutura, financiar atividade e projetos, e fazer empréstimos para os clientes.

Protegido pelo FGC, o CDB pode trazer mais rentabilidade na aplicação em bancos menores, pois a rentabilidade dos títulos pode ser maior.  Ele tem a mesma lógica do Tesouro Direto, você empresta seu dinheiro, e recebe com juros pelo tempo emprestado.

  • Debêntures

São títulos de empresas que são negociados no mercado de capitais. Também representam dívidas de médio a longo prazo, e servem geralmente para financiar grandes projetos, como construção de uma nova unidade e expansão internacional.

Geralmente, tem um vencimento com o prazo mais longo do que a maioria dos produtos da renda fixa, e podem ter retornos prefixados, pós-fixados e híbridos. As debêntures não contam com a garantia do FGC.

Normalmente, as debêntures são tributadas pelo Imposto de Renda com alíquotas que variam de 22,5% a 15%. Mas as debêntures incentivadas, que são utilizadas para financiar grandes obras de infraestrutura no país, são isentas do Imposto de Renda.                                                                                                                                                                                                                                                     

  • LCI e LCA

As LC, Letras de Câmbio, são bastante parecidas com os CDBs. São emitidas pelas instituições financeiras, mas diferente dos CDBs, elas são exclusivas a alguma atividade de crédito relacionada ao setor imobiliário (LCI) ou do agronegócio (LCA). São cobertas pelo FGC.

Elas são isentas de Impostos de Renda, e por causa disso é bem comum LCIs e LCAs pós-fixadas (apesar de existir prefixadas também). Além disso, costumam oferecer rentabilidade menor que os CDBs.

Ambas são rigorosas com o prazo, ou seja, você não pode retirar o dinheiro antes do prazo. Antes de aplicar, você deve observar a tabela com os prazos, pois o dinheiro investido ficará lá até ele acabar.

  • CRI e CRA

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e do Agronegócio (CRA) são tipos de aplicações com maior complexidade.  

Eles funcionam da seguinte forma: uma construtora, por exemplo, vendeu apartamentos que serão pagos parcelados. 

As pessoas que compraram, irão quitar essas dívidas ao longo prazo, mas ela precisa do dinheiro para finalizar uma parte da obra. 

Como eles precisam do dinheiro para terminar logo, ela “empacota” o dinheiro que será recebido no futuro, transforma em uma CRI e colocam à venda no mercado.

Os investidores receberão os juros como remuneração em uma taxa pré-determinada, isentos de Imposto de Renda, mas eles não serão garantidos pelo FGC. 

Estes são vistos como o investimento de renda fixa menos seguros, e exigem um valor inicial maior que os demais. Isso exige que o investidor tenha um conhecimento sobre o mercado financeiro maior.

Diferença entre renda fixa e variável

A maior diferença está na rentabilidade. A renda fixa é muito indicada para investidores iniciantes e mais conservadores, aqueles que preferem poucos riscos, retornos certos, e mesmo podendo ganhar mais, não estão dispostos a perder.

Já a renda variável é própria para perfis de investidores moderados e agressivos, pessoas que buscam rendimentos maiores, mesmo havendo a possibilidade de perca. 

Essas aplicações podem render muito em pouco tempo, mas o contrário também pode acontecer. 

E para diminuir esse último risco, é necessário ter experiência e estudar para tomar melhores escolhas. Repito – é necessário ter experiência e estudar para tomar melhores escolhas-

As aplicações de renda fixa também possuem riscos, mas nada comparado as de renda variável. 

Mas você pode diminuir o risco escolhendo empresas com um rating (nota de risco de crédito atribuída por agências internacionais) alto.

Na renda fixa também há o risco da influência da economia afetar indicadores relacionados com as aplicações. Isso costuma acontecer com ativos prefixados, e quando os investidores desejam ou necessitam resgatar antes do vencimento da aplicação.

Nesses casos, eles têm que vender pelo valor atual da retirada, que pode ser maior ou menor do que a época da negociação. O valor acordado com o investidor, vale apenas se ele deixar até a data do vencimento desse investimento.

Assim, as vantagens da renda fixa são maior previsibilidade do rendimento da aplicação e a grande variedade que existe hoje no mercado. É possível diminuir ainda mais os riscos, se você não concentrar todo o seu dinheiro em um só local, ou seja, diversificar sua carteira. Além de que a maior parte delas possui respaldo no FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

As desvantagens da renda fixa são ganhos estáveis, diferente da renda variável em que se pode obter um retorno maior em pouco tempo, e algumas instituições financeiras exigem aplicações iniciais elevadas, o que dificulta o acesso de pequenos investidores.

A renda fixa é muito indicada para quem gostaria de fazer uma reserva de emergência. Leia mais sobre:

Custos e taxas em investimentos de renda fixa

Como você pode observar, alguns investimentos são isentos de Imposto de Renda (LCIs e LCAs), mas isso não ocorre com todos. E esses tributos devem ser levados em conta ao fazer aplicação para entender o que vai ser mais vantajoso para você.

Assim, geralmente, os investimentos são estabelecidos de acordo com uma tabela regressiva de Imposto de Renda, e ele é cobrado na hora da retirada do dinheiro. 

Então, o melhor mesmo é deixar seu dinheiro “parado” o maior tempo possível, ou até o vencimento da aplicação, porque a porcentagem que você pagará do imposto será menor.

Assim, a alíquota do IR mais alta é de 22,5 % para prazos de investimento de até 6 meses, e ele vai caindo conforme o prazo vai aumentando. Observe a tabela abaixo:

        Tabela Imposto de Renda – Renda Fixa
Prazo de VencimentoAlíquota
Até 180 dias22,5%
De 181 a 360 dias20%
De 361 a 720 dias17,5%
A partir de 721 dias15%

Mas não se preocupe, pois esse pagamento é feito de forma automática, e a instituição financeira onde você investiu, fornece o documento com os valores para incluir na declaração anual.

Conclusão

Portanto, a renda fixa é uma excelente forma de começar a investir, ou até mesmo de fazer uma reserva de emergência. A maioria possui garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), caso a instituição financeira que pegou emprestado seu dinheiro tenha problemas.

Possui rentabilidade mais estável, e por esse motivo se diferencia mais da renda variável, que tem altos riscos, mas possibilita que o investidor tenha maiores retornos financeiros.

Está começando a investir agora? Então, veja todos os detalhes antes de fazer seu primeiro investimento AQUI.